Monday, September 18, 2006

Capacitação no Mocambinho, Alto da Ressurreição e no Centro


Eita que escrever de cabeça quente não é moleza. Estou falado isso no sentido literal da palavra. Teresina está um calor insuportável nestes dias. Logo, é período do B-R-O Bró. Nós, piauienses, que já devíamos estar acostumados com isso ainda reclamos porque não é brinquedo viver sob uma temperatura próxima ou acima dos 40º todos os dias. Mas, como temos que trabalhar para sobreviver vamos suportando e descontando parte dos pecados. Ainda bem que meu trabalho é desenvolvendo pessoas e o resultado tem valido a pena. Atualmente, vivo dando capacitações para professores da rede estadual e municipal. Vivo sendo mandado de um lado para o outro da cidade. Só assim estou conhecendo Teresina. Já rodei de leste a oeste, de norte a sul percorrendo vários cantos desta capital que, apesar dos problemas, é linda e tem um povo acolhedor, simpático e amigo.

Coincidentemente, semana passada, enviaram-me para uma escola próxima a minha casa. Foi a primeira vez que isso aconteceu porque, geralmente, me mandam pra bem longe. Outro ponto que coincidiu foi o fato de eu já ter lecionado nesse local há alguns anos. Dentre todas as escolas por onde passei foi onde mais conheci pessoas. Até porque havia algumas clientes minhas dos tempos que tinha a Jexmensagem (meu serviço de telemensagem que funcionou de 1998 a 2005). Nesta escola chamada “Pequena Rubim” pude identificar alguns problemas nas relações entre funcionários e entre alunos e professores mas, nada muito sério. Pelo que parece alguns dos participantes se tocaram com algo que foi dito porque depois foram me contar da transformação dessas pessoas para melhor. Se isso ocorreu o objetivo foi atingido.

Na sexta-feira fui parar numa das escolas mais distantes dentre estas minhas capacitações. Quase me perdi no caminho. Ainda bem que valeu a pena ter ido parar lá. Ainda não tinha encontrado uma equipe tão unida. Evidente que não houve participação de todos mas pude perceber, no geral, a integração das pessoas que compõe aquele local. Até já encontrei locais amistosos mas nada se compara ao clima que sentir na Unidade Escolar Mário Covas no bairro Alto da Ressurreição. Acredito que quando o líder sabe interagir bem com seus colaboradores parte dos problemas conseguem ser resolvidos. E foi isso que percebi naquela escola. Vai ser um prazer retornar àquele ambiente tão familiar e acolhedor. A equipe toda está de parabéns.

Já no sábado eu tinha uma séria missão: ajustar os conflitos de uma escola estadual no centro da cidade. Quando cheguei não conhecia ninguém com exceção de uma professora que havia feito um curso de espanhol comigo na UESPI. O diretor me recebeu muito bem e me encaminhou à sala onde faríamos o curso de 10h sobre Relações Interpessoais, Ética e Motivação. Os professores foram chegando pouco a pouco. No começo tudo parecia que o curso seria como os demais sem nada de anormal. Acontece que por volta das 10h depois que falei da necessidade de darmos um primeiro passo para resolver problemas e de não esperar o outro para tomar uma iniciativa um fato inusitado aconteceu. O vigia da escola deu o bom exemplo e pediu licença para dar um aperto de mão e abraçar o zelador que não se falava há anos. Foi emocionante e todos aplaudiram aquela ação. Em seguida, quando falei da importância de se manter paciente em momentos de tensão e de não se apontar o dedo na cara do outro o clima começou a esquentar. O diretor pediu a licença da palavra para desabafar e falar dos problemas da escola e de pessoas que explodem por pouca coisa e foi além falando dos invejosos, mentirosos, fofoqueiros de plantão que ali existem. Relatou episódios recentes que havia acontecido com ele e com outros colegas que foram parar em sindicância na Secretária de Educação. Eu fiquei praticamente uma hora sem falar nada. Só ouvindo os problemas. Eu me sentir um Pedro Bial no programa Big Brother quando uma semana após o término do programa ele reúne todos os integrantes para lavar roupas sujas e falar dos acontecimentos que impediram o crescimento de cada durante os 40 dias de confinamento. Foi exatamente isso que aconteceu. Graças a Deus eu consegui contornar a situação mas, verifiquei que era necessário ter conhecido a enxurrada de problemas para poder fazer um diagnóstico de como solucioná-lo. A partir de então, tive que modificar todo o meu roteiro e fui mostrando os passos para administração dos conflitos. Teve gente que agradeceu pelo momento, sorriu com as situações engraçadas e chorou com as situações constrangedoras. Agora adivinha quem era a pessoa que mais causa problema nessa escola? A minha antiga colega de curso. Tudo isso porque durante três anos seguidos tentou-se eleger diretora e não obteve êxito. Eu não conhecia esse lado dela mas, de uma forma diplomática fui mostrando os passos de como tudo poderá melhorar naquela escola. Pra todo problema se encontra uma solução e eu espero ter dado minha contribuição. Espero também que seja colocado em prática tudo que foi falado na manhã daquele sábado. Fiquei de retornar ao local e verificar os avanços que foram dados com este curso. Se isso ocorrer creio que cumpri minha missão e ficarei eternamente feliz. Que venha os próximos treinamentos.

Jefferson Xavier

Ah depois eu ponho as outras fotos.

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